sábado, 27 de novembro de 2010

Devaneio sobre "Nervoso" e "As vezes".

Eu não canso de repetir que às pessoas via de regra não pensam no que fala outro dia tava me divertindo pq decidi que corrigiria a todos com quem tivesse intimidade o suficiente, mas não o fiz pra ensinar ou pra me mostrar superior ou qualquer bom ou mau motivo, eu só queria me divertir com isso.

Segundo um Michaellis que achei na net mesmo, nervoso:

  1. Que pertence ou se refere aos nervos. 
  2. Que tem nervos. 
  3. Que tem sede ou origem nos nervos. 
  4. Que sofre de nervosismo. 
  5. Nimiamente sensível; exaltado. 
  6. Enérgico. 
  7. Robusto, vigoroso. 
  8. Bot Diz-se das folhas de nervuras muito salientes. 
  9. gír Diz-se do cabelo teimosamente encrespado, apesar de toda a brilhantina posta.
Esse tio Michaelis é mesmo um fanfarrão, se presta a escrever um dicionário sem por a mais comum aplicação da palavra.

Acontece que nossa amada língua ganhou outro significado e aplicação para "nervoso", nem vou tentar explicar a definição, vou dar só um exemplo:

Pára, pq esse som me dá NERVOSO.

Hein? Eu realmente tinha dificuldade de entender o que as pessoas queriam dizer com isso quando eu era criança, como assim um som "dá" nervoso? tem a variações "da nervosinho", etc.

Mas esse ainda não é o apocalipse oral (ui) da nossa língua, igual ou pior ao "nervoso" é o "as vezes". As pessoas parecem não saber dizer "talvez" e insistem em dizer "as vezes" em seu lugar. Ta achando que é sacanagem minha, né? Eu dou exemplos pra vocês verem que é isso mesmo.

Peguei esse exemplo agora no twitter, o rapaz twittou que finalmente a sms que ele mandou as 13hs foi respondida, uma pessoa que comete esse erro diria "as as vezes é pq a sms só chegou lá agora".

-Ah as vezes ele não ligou pq tava ocupado.

E pior, ficam com raiva quando eu me presto a não entender, pergunto mesmo:

-Ele não fez o que devia pq, sei lá, as vezes ele tava ocupado?
Eu - As vezes? Como assim? Que vezes?
-Nãaaao, quero dizer que ele pode nao ter feito pq as vezes tava ocupado;
-Ta, mas que vezes po?!

"As vezes" não é sinônimo de "talvez", nem "nervoso" é de"aflição" ou "agonia" por exemplo.

Enfim, desisto.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Devaneio sobre auto diagnósticos

Não é de hoje, aliás, nada que eu posto nesse blog eu percebi há pouco tempo, mas enfim, não é de hoje que eu percebo que as pessoas têm mania de se auto diagnosticar com doenças gravíssimas, e pior, elas o fazem como se isso fosse na melhor das hipóteses, simples e normal, e na pior delas, como se fosse muito legal.


Eu fico pensando pq fazem isso, mas dessa vez não cheguei à conclusão alguma, suponho que seja por ignorarem o que é de fato ser acometido de uma dessas doenças, e acham que tudo é mais simples do que é.

Vamos a elas: Quando alguém quer dizer que tem coragem para fazer alguma coisa meio improvável, difícil ou perigosa o acéfalo diz: - EU SOU MALUCO, se ele está se referindo a algo que necessite de coragem, ele ainda fala isso com o maior orgulho, como se fosse muito legal, motivo de comemoração e inveja dos outros a tal maluquice.

Ok, essa foi leve, vou pra outra então.

O Sujeito não gosta de ficar parado, fica mexendo a perna ou as mãos quando está parado, ou ainda, é só um fresco que é fanático por limpeza, e ele diz o que sobre si? Ele diz: -EU TENHO TOC. E diz com orgulho, hahaha. Sim, além de se auto diagnosticar com um Transtorno Obsessivo Compulsivo sem ter nenhum preparo para tal, o sujeito ainda acha isso super legal. Ora, eu não quero questionar caso a caso se a pessoa tem ou não a doença do TOC, mas sim, pela ordem, o aparente orgulho ou pelo menos o sentimento de "eu acho legalzinho" em ter TOC, e a afirmação deliberada de que possui tal doença sem sequer ter visitado um médico.

Incontinência Urinária: Tadinhos, aqui na verdade as crianças são vítimas dos adultos, basta o guri demorar mais do que o padrão pra parar de regar a cama de noite, que é prontamente diagnosticado com incontinência urinária. Nesse caso pelo menos ninguém acha legal, mas raramente é incontinência mesmo, geralmente é falta de costume em "prender" e sono pesado mesmo.

Os Complexos: Ahhh aqui temos um mundo de possibilidades, todos os tipos de complexos podem ser criados, diagnosticados, tratados, curados, readquiridos, sem que sequer tenham sido adquiridos uma primeira vez, e digo mais, sem que necessariamente existam de fato.

São eles: 
Auto estima baixa: Também conhecida como "baixa estima" hahahaha. é Complexo de inferioridade.

Se é gorda: "Não fala que ela está gorda, ela está complexada com isso" hahahaha. Temos até variações, "complexado" alguém que tem "complexo" de qualquer coisa, enfim, a garota gorda esconder a barriga pq acha feia, não faz dela só alguém insatisfeita com o próprio corpo como 99% das mulheres, mas uma complexada, uma pessoa que tem uma doença psicológica e precisa de tratamento.

Se é feia: Aqui apesar de se encaixar também a doença psicológica passível de diagnóstico e tratamento especializado que seria o tal "complexo de inferioridade", também pode-se chamá-la apenas de "complexada com a aparência", sim, ela está doente pq é feia e sabe disso.

Tem a espinhela caída também, mas essa é realmente grave, nem vou zoar.

Sistema Nervoso: Sim, o Sistema Nervoso não é mais apenas o complexo (esse sim complexo de verdade) sistema organizacional das terminações nervosas no corpo e tudo que o engloba, mas uma doença também, você descobre isso ao ouvir frases do tipo "estou com o sistema nervoso", hmm, já sabe, se alguém está nervoso, esse quadro pode piorar para "alguém está com o sistema nervoso", e não tem médico que cure isso.

Enfim, algumas dessas doenças sequer existem, mas a maioria existe sim, não estou sacaneando quem é doente de fato, estou devaneando sobre as pessoas que além de nunca terem sido diagnosticadas com nenhuma delas por um profissional competente, ainda achar super legal tê-las.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Devaneio sobre as motivações do cavalheirismo.

Eu sempre fico incomodado quando uma mulher qualquer, EXIGE que eu seja cavalheiro, o tal do cavalheirismo deve ser espontâneo e não obrigatório. Mas não é isso que me intriga, e sim seus reais motivos.
Primeiro, pq ser cavalheiro? Sempre que pergunto isso às pessoas não conseguem explicar, só dizem “ah, é uma questão de educação”, o que efetivamente não responde nada. Vamos lá, busquei no dicionário a descrição do tal “cavalheiro”.

Cavalheiro: (Segundo o Dic. Michaelis)
1 Homem de boas ações e sentimentos nobres.
2 Homem de boa sociedade e educação.
3 Par de uma dama na dança.
4 Título de cortesia; senhor, a par de senhora ou dama

Segundo o dicionário é isso aí, ser cavalheiro é ter boas ações, sentimentos nobres

e ser educado, perfeito. Mas na prática não é isso, na prática ser cavalheiro é curiosamente ter todos esses adjetivos fortemente intensificados quando o alvo do cavalheirismo pomposo é
uma ... DAMA. Isso mesmo, quando é uma mulher, um ser que possui peitos e... Bem, sabemos o que as mulheres possuem.

Veja bem, pq um homem adulto e sadio cede lugar a uma senhora de idade já avançada no ônibus? É uma questão de educação? Que seja, mas ela tem uma razão de existir, a educação existe para que façamos automaticamente coisas que se refletirmos acabaremos fazendo, então a tal da “questão de educação” só existe para agilizar esse processo, mas voltando, nós nos levantamos pq a senhora idosa infelizmente, é menos capaz de ficar ali de pé, se segurando no balanço do ônibus e sobre suas próprias pernas durante a longa viagem, do que um homem adulto e sadio, por isso o homem deveria ceder seu lugar. O mesmo acontece quando é um senhor de idade avançada, uma mulher grávida ou com um bebê de colo, deficientes físicos, etc.

Mas enfim, pq ser cavalheiro com uma mulher adulta e sadia? O que realmente motiva o homem a sair da frente e deixar que a “dama” entre primeiro? O que o faz segurar sua bolsa, abrir a porta do carro, pagar a porra da conta, ceder seu lugar, etc? Quando ele o faz para sua mulher/namorada sabemos que o faz pq gosta da moça e quer ser agradável, mas e uma desconhecida?

Curiosamente, os caras realmente gentis são “cavalheiros” com ambos os sexos, não só com o sexo oposto, mas os tais “cavalheiros” não são assim, e isso se motiva por duas coisas, primeiro, o fato de acharem (vão me apedrejar aqui) inconscientemente que a mulher é um ser inferior e precisa de vantagens dadas no cotidiano para se equipararem aos homens, e o outro é simples, eles querem comê-las, talvez seja algo tão intrínseco que nem se perceba, seja involuntário, alguma coisa do código genético que impila o homem a ter atitudes que podem coloca-lo em alguma vantagem para com o sexo oposto, mas é inegável, os “falsos cavalheiros” não cedem lugar na fila, não pagam lanche e não deixam entrar primeiro no elevador outros marmanjos iguais a ele.

Eles os tratam com respeito, e como iguais, a ordem de chegada na fila que é respeitada, na hora de sair do elevador o que tiver mais perto da porta sai primeiro e assim vai, ninguém fica parado dizendo “vc primeiro”.
E sim, isso é algo tão encrustrado na nossa sociedade pelo decorrer dos séculos, que é difícil não ser assim, nós fomos educados assim, e nossos pais, e avós, e bisavós.

Por isso gosto das artes marciais, na hora que o coro come a hipocrisia da falsa educação acaba, só resta o respeito mútuo sincero, a cortesia sincera, enfim, quando o coro come tudo é mais sincero.