sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Era da Bunda-Molice

Este é um texto de Marcel Marcus Manholi, ou simplesmente Marcel, até tava escrevendo algo aqui sobre ele, mas melhor não puxar demais.
Texto: Marcel Marcus Manholi.
"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." -Arnold Toynbee-


“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)


A Era da Bunda-Molice.


Hoje eu acordei com vontade de chutar o balde. Estou de saco cheio desses pseudo-bons cidadãos, pagadores de impostos, defensores da moral, da justiça e da virtude. Você abre um e-mail, uma revista, um site, assiste à televisão e estão lá os hipócritas repetindo as mesmas frases de efeito acima reproduzidas, sem uma contextualização coerente e numa clara manipulação em proveito próprio.


É..., em proveito próprio sim, seja visando uma exposição na mídia, no trabalho, em sua classe ou bairro, seja visando arvorar uma imagem de “paladino da defesa moral do ocidente”, ou de “bom cidadão exemplar indignado com o que os pobres mortais normais parecem que não enxergam”, seja para parecer integro, critico, participativo e inteligente para as meninas ou meninos bonitos da turma e por aí vai.


Engraçado é que eram outras frases feitas como essas que deveriam tomar lugar nesses textos. Desta feita, em favor da probidade pessoal, em contraste com a hipocrisia intrínseca do brasileiro. Frases como “Macaco enrola o rabo, senta em cima e fala mal do rabo do outro”, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, “aqui se faz, aqui se paga”, “vê um cisco no olho do outro, mas não vê uma trave no seu próprio” e outras seriam mais apropriadas para a brasilidade atual.


Sinceramente, me enche o saco ver essa camarilha de bundas-moles sem sal nem açúcar, sem coragem de assumir um posicionamento forte em defesa do que quer que seja, posando de indignados, mas revendo e reescrevendo seu discurso mais de uma dezena de vezes para ser o mais genérico e evasivo possível, pautado dentro das linhas do politicamente correto, sem desagradar ninguém, sem citar ninguém e, pior, sem coragem de abrir o jogo e soltar o descontentamento interno, rumo ao que poderia gerar um debate dialético que, este sim, teria alguma chance de render algum fruto que não estivesse podre desde o nascimento.


Então, cambada das Ong´s, movimentos sociais, entidades de classe, OAB, representantes religiosos, partidos políticos, associações de bairro, clubes de serviço e demais simulacros pseudo-participativos dessa sociedade do “Panis et circensis”, que tal uma opinião realmente critica, indignada, descontente e radical com relação ao que é e que chances tem de vir a ser o Brasil e o brasileiro??


Vamos falar umas poucas linhas, superficialmente mesmo - quem se preocupar, que se aprofunde, conteste, manifeste ou cale-se, indignado – sobre alguns temas afetos a esse arremedo de nação que temos, então!


É, arremedo de nação sim, por que, pra começar nem uma identidade cultural nós temos. Nós, os patriotas de Copa do Mundo, os torcedores do Guga que não entendem patavina das regras do tênis e que, após a primeira derrota, já abandonamos o referencial citado, sem valorizar sequer o esforço do cidadão em questão. Sabem o porquê disso?Por que nós não estamos, nessa “torcida”, valorizado a representação do arquétipo do espírito do brasileiro, da pátria de raquete, ou coisa que o valha.


Nós simplesmente nos projetamos no paradigma em destaque e arreganhamos nossa falta de civilidade e de identidade, nossa super-individualidade, querendo se apoderar das vitórias alheias, sem esforço nem reconhecimento, para tentar melhorar um pouco nossa auto-imagem egoísta e hipócrita e que não temos coragem de assumir. “Sou brasileiro e não desisto nunca”, que piada! É o atleta perder um jogo, uma luta, uma partida e ele “tá acabado”, “não é mais o mesmo”, “nunca foi grande coisa” e tudo mais que o valha.


Ainda dentro desse exemplo do esporte, não podemos nos esquecer de dizer que o atleta é uma pessoa que, por definição, teria que seguir um padrão de vida regrado por disciplina, dedicação, esforço próprio, superação e amor ao esporte. Só esses valores, mesmo inconscientes, fariam maravilhas no individuo, mas não é nunca o que “brasileiro que não desiste nunca” observa e valoriza: Ao contrario, nosso parâmetro é o sucesso financeiro, material que, ao invés de enlevar as virtudes acima elencadas, aponta para uma vida de excessos, drogas, desrespeito e coisificação da pessoa humana e outras mais, como temos visto nos casos recentes, envolvendo os atletas semi-analfabetos do futebol. Subliminarmente, está aí o “Panis et circensis” não é?


E esses são os paradigmas da sociedade...Esses e os pseudo-artistas com suas composições estúpidas, de uma frase só, de uma imagem e comportamento sofrível, semi-deuses com pés de barro.


Mas peraí, é isso então? A culpa é dos jogadores de futebol e dos pagodeiros?? É por isso que a “nação do politicamente correto” se indigna com a Dilma guerrilheira e vota no Serra, se indigna com os dois e vota na Marina? É por isso que os manequins da moral e cívica evocam Hitler, Chaves, Collor o tempo todo? É deles a culpa das frases feitas?


Acredito que não...vamos lá:


Na saúde, temos médicos que vendem receitas de remédios controlados por 25 reais, vendem atestados médicos por 15 reais, que atendem pacientes em “linha de produção”, sem sequer olhar no rosto dos mesmos, arrogantes, imprudentes e negligentes.Médicos que nunca se atualizam e fazem o jogo da industria farmacêutica, em troca de gratificações. Temos hospitais que se negam a atender problemas clínicos e enchem seus prontuários de atendimento de acidentes com exames que, muitas vezes nem realizam, para dessangrar o DPVAT.


Na segurança temos profissionais formados a toque de caixa, pra suprir as estatísticas de que o governo necessita, recebendo gratificações de terceiros por investigações, cobrando propina nas rodovias, destruindo provas, fraudando licitações, liberando obras inseguras e insalubres, descaracterizando flagrantes, achacando muambeiros, mancomunados com traficantes e contrabandistas, vendidos e subservientes, preocupados apenas com a carreira e o status pessoal,vendo a segurança como um fim em si mesmo e não uma necessidade do estado. Vemos uma segurança publica transformada em emprego, sem identidade, sem sentido de missão, sem comprometimento, numa luta de classes interna que repete o binômio egoísmo e hipocrisia.


Nas relações de trabalho temos patrões que olham o empregado como despesa, avaliando custo/economia, ao invés de custo/benefício, o que provoca a queda na qualidade do serviço prestado, a queda na satisfação do cliente e a queda na auto-estima do profissional capacitado.


Chega a ser engraçado: o bom empregado, ao invés de gratificado é sobrecarregado, em detrimento do mau funcionário, somando-se a isso a torcida comunitária da baixa funcionalidade pelo erro do bom funcionário, devidamente sobrecarregado pela ganância do patrão!


Vou até dar uma resumida meio “saramaguiana”, senão este artigo vira um livro: São os pseudo - bons pais emprestando automóvel para seus pseudo - bom filhos ficarem tirando racha, incomodando o sossego com som alto e empesteando o transito com suas transgressões; O próprio trânsito, por sua vez é a maior mostra de falta de civilidade, cortesia e paciência que alguém pode encontrar. Nem tem muito o que se falar, se nem a sinalização é respeitada; Aliás civilidade?Vai me dizer que você nunca chegou em casa cansado e querendo descansar e uma aberração da sociedade atual chamada vizinho não estava com um som altíssimo até a madrugada e gritando “truuuuuco!”...Cortesia? Que cortesia você encontra quando você vê um guri de 18 anos quase atropelando um senhor ou senhora de 70 anos, apenas para sentar-se no banco de um ônibus?Paciência?A coitada da menina do caixa, que você fica xingando na fila, por acaso tem culpa que o imbecil da sua frente enfiou um carrinho lotado no caixa que dizia “apenas 10 itens”?


Nem vou falar no vicio do poder, na sedução da política, porque isso já encheu o saco, mas venha cá: Você, no período eleitoral, dá um cheque em branco para um cidadão do qual você não conhece nada, a não ser um bordão, em seguida – como no caso do Guga, supracitado - comemora a vitória no esporte eleitoral, depois nunca mais se inteira sobre a atuação do seu atleta-politico e vem querer me dizer que fez a sua “parte na democracia representativa”? E que representatividade é essa, se o cidadão que você elegeu não é do seu bairro, da sua classe social, da sua profissão ou de identidade social similar a sua?? Como ele pode te representar se ele não sabe o que você quer, acredita ou precisa, o que seu bairro, sua classe social ou área profissional precisam?


É, meus amigos, acho que precisamos parar de assistir a novela um pouco, precisamos parar de acreditar em sonhos, destinos e ideais, e sair da “zona de conforto”. É muito fácil culpar o governo, o professor, o vizinho, o padre, o destino, o político, o marido, e ficar no seu cantinho, vitimizado, impotente, esperando que os céus te resgatem e o destino glorioso que o aguarda, te conduza aos píncaros da gloria!É muito fácil culpar o outro e não mexer um dedo para mudar a si mesmo!É por isso que aparecem os “pais do povo”, com suas frases feitas e artigos politicamente corretos.


É certo que passou o tempo de acreditar em uma revolução coletiva, até pela própria racionalidade em que isso implica e chega de achar que o que é melhor pra você é o melhor pra todo mundo!!Chega de ser o “salvador da pátria”! A única revolução possível e, por isso mesmo, a única revolução necessária é a revolução pessoal, é mudar primeiro em si mesmo o que acredita ser melhor para o mundo. Um amigo muito querido usava este chavão: “A lei obriga, o exemplo arrasta”. Se o seu ponto de vista for realmente relevante, ele vai influenciar, vai germinar e vai frutificar! Não adianta querer impor sua verdade, do mesmo jeito que não adianta ficar imóvel reclamando!


O desenvolvimento do senso critico, este é sim a grande mudança que o mundo precisa: A capacidade de analisar com o embasamento adequado, tirar conclusões e se posicionar perante as vicissitudes da vida e qualquer outro assunto, sem esquecer que essa capacidade não te dá o direito de monopólio do certo e do errado, de impor ao outro a sua verdade.


O desenvolvimento do cidadão critico e esclarecido implica no desenvolvimento do cidadão dialético, que não impõe sua verdade nem sua vontade, ao contrario, expõe seus argumentos e busca algo mais próximo de uma solução. Assim, sem subserviência, canalhice ou sofismas, chegaríamos a algo próximo do conceito puro de individuo, que poderia eleger um representante, ser ele mesmo esse representante, ou chutar tudo para o alto e ter condições de sustentar sua escolha.


Mais uma utopia? Mais um amontoado retórico impraticável? Depende do posicionamento pessoal:
-Você pode não mexer a bunda do sofá, não questionar ou criticar e aceitar tudo como está;
-Você pode ser um dos canalhas maquiavélicos que manipulam tudo isso e tudo certo também..., Pois aí você será a prova que o mundo precisava para testar o próprio senso critico, meu querido Lúcifer!
- Você pode se manter dentro da sua matrix pessoal e ser feliz, vivendo no seu mundo de sonhos, sem culpas, afinal é a SUA vida e só a VOCÊ ela interessa!
Agora, de uma vez por todas, se você possui um mínimo de senso critico, entenda que ser vitima de outros é inteligível, agora ser vitima de si mesmo, é inaceitável e o maior crime contra a humanidade que alguém poderia perpetrar.
Sem nenhuma pretensão, a não ser a me expressar e, se mérito houver, de suscitar o debate, atenciosamente, Marcel Marcus Manholi.
Blog do Marcel: http://stirnereando.blogspot.com/2010/08/era-da-bunda-molice.html

sábado, 27 de novembro de 2010

Devaneio sobre "Nervoso" e "As vezes".

Eu não canso de repetir que às pessoas via de regra não pensam no que fala outro dia tava me divertindo pq decidi que corrigiria a todos com quem tivesse intimidade o suficiente, mas não o fiz pra ensinar ou pra me mostrar superior ou qualquer bom ou mau motivo, eu só queria me divertir com isso.

Segundo um Michaellis que achei na net mesmo, nervoso:

  1. Que pertence ou se refere aos nervos. 
  2. Que tem nervos. 
  3. Que tem sede ou origem nos nervos. 
  4. Que sofre de nervosismo. 
  5. Nimiamente sensível; exaltado. 
  6. Enérgico. 
  7. Robusto, vigoroso. 
  8. Bot Diz-se das folhas de nervuras muito salientes. 
  9. gír Diz-se do cabelo teimosamente encrespado, apesar de toda a brilhantina posta.
Esse tio Michaelis é mesmo um fanfarrão, se presta a escrever um dicionário sem por a mais comum aplicação da palavra.

Acontece que nossa amada língua ganhou outro significado e aplicação para "nervoso", nem vou tentar explicar a definição, vou dar só um exemplo:

Pára, pq esse som me dá NERVOSO.

Hein? Eu realmente tinha dificuldade de entender o que as pessoas queriam dizer com isso quando eu era criança, como assim um som "dá" nervoso? tem a variações "da nervosinho", etc.

Mas esse ainda não é o apocalipse oral (ui) da nossa língua, igual ou pior ao "nervoso" é o "as vezes". As pessoas parecem não saber dizer "talvez" e insistem em dizer "as vezes" em seu lugar. Ta achando que é sacanagem minha, né? Eu dou exemplos pra vocês verem que é isso mesmo.

Peguei esse exemplo agora no twitter, o rapaz twittou que finalmente a sms que ele mandou as 13hs foi respondida, uma pessoa que comete esse erro diria "as as vezes é pq a sms só chegou lá agora".

-Ah as vezes ele não ligou pq tava ocupado.

E pior, ficam com raiva quando eu me presto a não entender, pergunto mesmo:

-Ele não fez o que devia pq, sei lá, as vezes ele tava ocupado?
Eu - As vezes? Como assim? Que vezes?
-Nãaaao, quero dizer que ele pode nao ter feito pq as vezes tava ocupado;
-Ta, mas que vezes po?!

"As vezes" não é sinônimo de "talvez", nem "nervoso" é de"aflição" ou "agonia" por exemplo.

Enfim, desisto.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Devaneio sobre auto diagnósticos

Não é de hoje, aliás, nada que eu posto nesse blog eu percebi há pouco tempo, mas enfim, não é de hoje que eu percebo que as pessoas têm mania de se auto diagnosticar com doenças gravíssimas, e pior, elas o fazem como se isso fosse na melhor das hipóteses, simples e normal, e na pior delas, como se fosse muito legal.


Eu fico pensando pq fazem isso, mas dessa vez não cheguei à conclusão alguma, suponho que seja por ignorarem o que é de fato ser acometido de uma dessas doenças, e acham que tudo é mais simples do que é.

Vamos a elas: Quando alguém quer dizer que tem coragem para fazer alguma coisa meio improvável, difícil ou perigosa o acéfalo diz: - EU SOU MALUCO, se ele está se referindo a algo que necessite de coragem, ele ainda fala isso com o maior orgulho, como se fosse muito legal, motivo de comemoração e inveja dos outros a tal maluquice.

Ok, essa foi leve, vou pra outra então.

O Sujeito não gosta de ficar parado, fica mexendo a perna ou as mãos quando está parado, ou ainda, é só um fresco que é fanático por limpeza, e ele diz o que sobre si? Ele diz: -EU TENHO TOC. E diz com orgulho, hahaha. Sim, além de se auto diagnosticar com um Transtorno Obsessivo Compulsivo sem ter nenhum preparo para tal, o sujeito ainda acha isso super legal. Ora, eu não quero questionar caso a caso se a pessoa tem ou não a doença do TOC, mas sim, pela ordem, o aparente orgulho ou pelo menos o sentimento de "eu acho legalzinho" em ter TOC, e a afirmação deliberada de que possui tal doença sem sequer ter visitado um médico.

Incontinência Urinária: Tadinhos, aqui na verdade as crianças são vítimas dos adultos, basta o guri demorar mais do que o padrão pra parar de regar a cama de noite, que é prontamente diagnosticado com incontinência urinária. Nesse caso pelo menos ninguém acha legal, mas raramente é incontinência mesmo, geralmente é falta de costume em "prender" e sono pesado mesmo.

Os Complexos: Ahhh aqui temos um mundo de possibilidades, todos os tipos de complexos podem ser criados, diagnosticados, tratados, curados, readquiridos, sem que sequer tenham sido adquiridos uma primeira vez, e digo mais, sem que necessariamente existam de fato.

São eles: 
Auto estima baixa: Também conhecida como "baixa estima" hahahaha. é Complexo de inferioridade.

Se é gorda: "Não fala que ela está gorda, ela está complexada com isso" hahahaha. Temos até variações, "complexado" alguém que tem "complexo" de qualquer coisa, enfim, a garota gorda esconder a barriga pq acha feia, não faz dela só alguém insatisfeita com o próprio corpo como 99% das mulheres, mas uma complexada, uma pessoa que tem uma doença psicológica e precisa de tratamento.

Se é feia: Aqui apesar de se encaixar também a doença psicológica passível de diagnóstico e tratamento especializado que seria o tal "complexo de inferioridade", também pode-se chamá-la apenas de "complexada com a aparência", sim, ela está doente pq é feia e sabe disso.

Tem a espinhela caída também, mas essa é realmente grave, nem vou zoar.

Sistema Nervoso: Sim, o Sistema Nervoso não é mais apenas o complexo (esse sim complexo de verdade) sistema organizacional das terminações nervosas no corpo e tudo que o engloba, mas uma doença também, você descobre isso ao ouvir frases do tipo "estou com o sistema nervoso", hmm, já sabe, se alguém está nervoso, esse quadro pode piorar para "alguém está com o sistema nervoso", e não tem médico que cure isso.

Enfim, algumas dessas doenças sequer existem, mas a maioria existe sim, não estou sacaneando quem é doente de fato, estou devaneando sobre as pessoas que além de nunca terem sido diagnosticadas com nenhuma delas por um profissional competente, ainda achar super legal tê-las.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Devaneio sobre as motivações do cavalheirismo.

Eu sempre fico incomodado quando uma mulher qualquer, EXIGE que eu seja cavalheiro, o tal do cavalheirismo deve ser espontâneo e não obrigatório. Mas não é isso que me intriga, e sim seus reais motivos.
Primeiro, pq ser cavalheiro? Sempre que pergunto isso às pessoas não conseguem explicar, só dizem “ah, é uma questão de educação”, o que efetivamente não responde nada. Vamos lá, busquei no dicionário a descrição do tal “cavalheiro”.

Cavalheiro: (Segundo o Dic. Michaelis)
1 Homem de boas ações e sentimentos nobres.
2 Homem de boa sociedade e educação.
3 Par de uma dama na dança.
4 Título de cortesia; senhor, a par de senhora ou dama

Segundo o dicionário é isso aí, ser cavalheiro é ter boas ações, sentimentos nobres

e ser educado, perfeito. Mas na prática não é isso, na prática ser cavalheiro é curiosamente ter todos esses adjetivos fortemente intensificados quando o alvo do cavalheirismo pomposo é
uma ... DAMA. Isso mesmo, quando é uma mulher, um ser que possui peitos e... Bem, sabemos o que as mulheres possuem.

Veja bem, pq um homem adulto e sadio cede lugar a uma senhora de idade já avançada no ônibus? É uma questão de educação? Que seja, mas ela tem uma razão de existir, a educação existe para que façamos automaticamente coisas que se refletirmos acabaremos fazendo, então a tal da “questão de educação” só existe para agilizar esse processo, mas voltando, nós nos levantamos pq a senhora idosa infelizmente, é menos capaz de ficar ali de pé, se segurando no balanço do ônibus e sobre suas próprias pernas durante a longa viagem, do que um homem adulto e sadio, por isso o homem deveria ceder seu lugar. O mesmo acontece quando é um senhor de idade avançada, uma mulher grávida ou com um bebê de colo, deficientes físicos, etc.

Mas enfim, pq ser cavalheiro com uma mulher adulta e sadia? O que realmente motiva o homem a sair da frente e deixar que a “dama” entre primeiro? O que o faz segurar sua bolsa, abrir a porta do carro, pagar a porra da conta, ceder seu lugar, etc? Quando ele o faz para sua mulher/namorada sabemos que o faz pq gosta da moça e quer ser agradável, mas e uma desconhecida?

Curiosamente, os caras realmente gentis são “cavalheiros” com ambos os sexos, não só com o sexo oposto, mas os tais “cavalheiros” não são assim, e isso se motiva por duas coisas, primeiro, o fato de acharem (vão me apedrejar aqui) inconscientemente que a mulher é um ser inferior e precisa de vantagens dadas no cotidiano para se equipararem aos homens, e o outro é simples, eles querem comê-las, talvez seja algo tão intrínseco que nem se perceba, seja involuntário, alguma coisa do código genético que impila o homem a ter atitudes que podem coloca-lo em alguma vantagem para com o sexo oposto, mas é inegável, os “falsos cavalheiros” não cedem lugar na fila, não pagam lanche e não deixam entrar primeiro no elevador outros marmanjos iguais a ele.

Eles os tratam com respeito, e como iguais, a ordem de chegada na fila que é respeitada, na hora de sair do elevador o que tiver mais perto da porta sai primeiro e assim vai, ninguém fica parado dizendo “vc primeiro”.
E sim, isso é algo tão encrustrado na nossa sociedade pelo decorrer dos séculos, que é difícil não ser assim, nós fomos educados assim, e nossos pais, e avós, e bisavós.

Por isso gosto das artes marciais, na hora que o coro come a hipocrisia da falsa educação acaba, só resta o respeito mútuo sincero, a cortesia sincera, enfim, quando o coro come tudo é mais sincero.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Devaneio sobre, Bolsa Família, Assistencialismo e Ignorância.

Não é de hoje que percebo críticas vindas de - espero - da ignorância de quem critica.

O bolsa família é um programa do Governo Federal que visa fazer distribuição de renda para famílias realmente pobres da nação.

Basicamente, se a renda per capta de uma família é de até R$ 140,00 ja tem direito ao auxílio. Há ainda uma divisão interna no bolsa família, a família que tem renda per capta de até R$ 70,00 reais, recebe um tipo de auxílio (maior) a família que recebe entre R$ 70,00 e R$140,00 (sempre per capta) recebe tbm um auxílio do BF mas inferior ao citado anteriormente.

O que é mais importante dizer, é que segundo pesquisei, a valor MAIS ALTO que pode ser pago, SE a família for de extrema pobreza, tiver um certo número de crianças e adolescentes chega à pequena fortuna de R$ 200,00 mensais, não há pagamento de 13º salário, ou seja, vai dar cerca de R$2.400,00 por ano.

Bem, pq estou brevemente explicando o raio do programa do governo? Enfim, perdi essas linhas explicando brevemente pq vejo pessoas que criticam o BF, o Plinio de Arruda (um bom homem, e bom político), já chamou de Bolsa Esmola, alguns chama de Bolsa Vagabundo, etc. Quero acreditar que a grande maioria o faz por ignorar o que vou dizer, mas sei que uma pequena minoria o faz por não se importar mesmo se alguém passa fome ou não.

Falo isso, pq as críticas que sempre vejo sobre o programa são:

"Com o Bolsa Família as pessoas 'pobres' e 'extremamente pobres', pais, mães, filhos, avós, deixam de querer ter um emprego para ficarem 'em casa' recebendo somente o benefício."

Isso é uma mentira, e se quem diz isso, acha que está falando a verdade, está sendo pelo menos leviano, e se vc não acredita, procure uma família que receba bolsa família e oferece um emprego qualquer, com condições mínimas de dignidade pra conferir se não aceitam. Ora, não é verdade que alguém normal, vá abrir mão da sua dignidade (e de ganhar mais, pq como disse, se paga no máximo R$200,00) para ser vagabundo e ficar "na aba" do governo.

"Pelo fato do Bolsa Família pagar um valor variável a mais para famílias que tem mais filhos, os pobres passam a ter mais filhos para ganhar mais dinheiro do auxílio, e quando não fazem de caso pensado, relaxam com os métodos contraceptivos pois sabem que se vierem a ter mais um filho o governo ajudará mais $$"

É difícil responder a um argumento desse sem usar as palavras "tá de sacanagem, né?!", o auxílio a mais dado para cada filho de até 15 anos, é de R$22,00 mensais, dinheirão, né? E não pensem que serão R$200,00 + R$22,00 por filho, os R$200,00 são o teto, é o cálculo feito com base no que a família em piores condições dentro das previstas no programa receberá, é absurdo usar para embasar uma posição contrária ao do BF usar esse tipo de argumento, simplesmente pq nao consdiz com a realidade, e se você acha isso, e duvida do que estou dizendo, pode procurar uma família pobre, que recebe ao auxílio e oferecer pra ela, mais R$50,00 por mês pra ela ter outro filho.

"O Estado não tem que dar o peixe, tem que ensinar a pescar"

Se vc que está lendo isso, sabe pescar, se ja pescou (literalmente), me diz uma coisa, ja tentou pescar sem usar as ferramentas apropriadas? Vara, anzol, rede... Ja pescou sem saber? Preparar o nylon, a vara, a isca, a chumbada, se for o caso o barco? Ja pescou com fome? Com frio? Doente? provavelmente não, e não o fez pq não é possível!

O estado tem mesmo que dar educação de qualidade e gratuita aos que não podem pagar, para assim, eles poderem se capacitar e arrumarem um emprego digno, que garanta além do seu sustento, a sua dignidade em depender apenas de si próprio e independência de favores, mas como é que vc bota pra estudar uma criança que ta com fome? Como é que vc bota pra estudar um adulto pai de família, pobre, que mal sabe falar corretamente, enquanto ele próprio e o filho tão com dificuldade em casa? Ele não vai estudar, ele vai catar papelão na rua, pq é o que ele sabe fazer, o filho, vai tomar o mesmo caminho, se não pior, pode ir pro crime (um dia falo melhor sobre isso, não pensem que acho que bandido é um coitado marginalizado pela sociedade, tbm não é assim) então, é bem verdade que não se pode ficar só no assistencialismo, mas para corrigir os erros históricos da nação, é preciso sim a existência de programas de distribuição de renda como o Bolsa Família, mas sem esquecer da educação principalmente, e de outras medidas para o futuro. Então só complementando a minha resposta metafórica, o pobre hoje, é como o pescador sem material, ele pula no mar sem saber nadar e tenta pegar um peixe, naturalmente ele não pega, e pode morrer tentando, então tem que dar peixinho pra ele comer sim, dar o peixinho, enquanto ensina ele a pescar, enquanto ensina ele a nadar, e enquanto está se disponibilizando pra ele, material adequado para pescaria.

Então concluindo por ora, só é contrário ao Bolsa Família, quem nunca passou fome, quem mesmo nascendo sem muito luxo, não precisou sair da escola para trabalhar pra ajudar a botar comida dentro de casa.

sábado, 14 de agosto de 2010

Devaneio sobre a dificuldade de algumas pessoas em se comunicar

Achei o caminho do blog de novo, bem devaneava eu pelo twitter quando me lembrei desse fato irritante, mas deveras engraçado (quando não é comigo). As pessoas não sabem se comunicar, tudo bem, disso todos já sabemos e o tema é muito extenso, então vou focar nos problemas menos importantes e mais fáceis de devanear pq to com preguiça de blogar coisas relevantes hoje e como podem ver, vivo com preguiça por isso mal posto aqui.

Primeiro eu não entendo pq as pessoas se repetem tanto, acho que é pela insegurança do falante na efetiva explicitação do que se quer informar, por isso se repetem como forma de garantir o entendimento, eu vi isso ontem no ônibus, um jovem perguntou ao cobrador sobre o ônibus passar em um determinado local, ao receber a resposta positiva perguntou ao mesmo se sabia se na hora em que passaríamos em frente ao local, este ainda estaria aberto, depois da resposta inconclusiva, se deu a explicar os motivos que o levariam a desejar ir lá, local esse, uma loja que segundo ele compra produtos com pequenos defeitos (arranhados, uma pecinha quebrada, etc.) direto da fábrica ou de grandes revendedores, conserta e vende por um valor bem abaixo, e depois explica que só pegou aquele ônibus por causa disso.

Ele repetiu umas cinco vezes essa informação, que só pegou aquele ônibus por esta razão, mas dizia: “só peguei esse aqui, pq tenho que descer ali pra comprar, se não pegaria o outro” e explicava o quanto era desvantajoso pegar esse ônibus em relação aquele, e tornava a dizer “só peguei esse aqui...” por fim dizia “tu entendeu? Eu só peguei esse aqui...” eu não me contive e disse “já entendemos cara, vc só pegou esse...”

Além disso, eu não entendendo pq raios as pessoas repetem o sujeito na oração, elas dizem, “vc fez o trabalho vc?”, “ela ‘tá’ muito metida ela”, “eu to com sono eu”, “elas são muito ‘exigenti’ elas”, será que não pensam no que estão falando, não se ouvem ao falar? Com razão eu não dou atenção, se elas sequer se ouvem não serei eu a ouvi-las.

Mas eu acho que isso se dá por conta de um outro problema, a preguiça de repetir, o que faz as pessoas repetirem por antecedência para “adiantar” o diálogo, assim, elas começa a frase com “você vai pegar as compras no carro?” e já supondo que seu interlocutor não atentou para o começo da frase, ele já repete “vc”, pq ele supõe que o ouvinte apenas assimilou a parte “pegar compras no carro?” e para poupar o trabalho da pessoa em perguntar “o que?” já repete, o que gera uma frase idiota “vc vai pegar as compras no carro vc?” hã?

Pior do que isso, é quando a pessoa repete só o final, o que resulta em conversas divertidas:

-Você vai pegar as compras no carro?

-Que? Não entendi.

- As compras.

- O que tem?

- No carro!

- Ta e daí?

- Você vai pegar as compras no carro?

- Aaaaaaaaaaah ta, vou sim.

Passem a prestar atenção nisso e divirtam-se ouvindo involuntariamente diálogos no ônibus.

terça-feira, 30 de março de 2010

Devaneios sobre as vantagens de ser "escroto"

Antes de começar, gostaria de definir o que é ser escroto, nao me refiro à bolsa escrotal, mas nao vo ficar definindo o que é ser escroto, visto que ha muitas definições para a mesma palavra.

Só queria esclarecer antes de começar que, os malefícios de ser escroto não serão comentados, visto que são de conhecimento comum.

Os benefícios da escrotisse, a escrotisse a qual me refiro é uma maneira legítima de ser sincero consigo mesmo e sobre tudo com os outros sobre opiniões e sobre como nao ser oprimido pela hipocrisia ou chatisse alheia.

Por exemplo, no metrô, muitas pessoas nao gostam de conversar com estranhos, mas mesmo estando profundamente incomodadas com aquele chato puxando assunto, ficam de sorrisinho amarelo e acenar de cabeça para a pessoa, tudo pq ficam sem graça de demonstrar o quanto a outra pessoa está sendo incoveniente. A incapacidade de ser escroto e cara de pau ao ponto de pedir para aquele babaca que nao pode ouvir sua música no seu celular chines, respeite o seu direito ao silêncio, ou que feche as pernas pq devem caber dois no banco do ônibus, faz com que vc mesmo seja prejudicado, nao tendo o devido tratamento a qual tem DIREITO.

Ser escroto faz depois de discriminado ser respeitado, sua opinião é geralmente levada à sério, e nunca duvidam da sua sinceridade.

Aliás, ser escroto é ser assim, só que pela hipocrisia geral das pessoas que gostariam mas não são escrotas te chamarem assim, nao fui eu quem inventei esse adjetivo, ou mesmo o aplicou a mim, mas sempre fui chamado assim, depois de contar que tomei atitudes como as relacionadas acima, então se ser escroto é isso, tenho muito prazer em ser escroto.

Aliás, gosto muito dos meus amigos escrotos tbm, hahaha.

Devaneio sobre BBB e a Escola de Fofoca

Agora enquanto como biscoitos na hora do almoço, resolvi externar a minha opinião sobre BBB e "reality" shows em geral.

Não precisam correr, não vou comentar o BBB em si, pq acho escroto, mas enfim, vamos aos devaneios.

Outro dia eu criticando mais uma vez esse programa escroto comparei quem assiste ao mesmo, aquela tia gorda que passa o dia no portão olhando a vida alheia.

A tia fofoqueira de portão, acorda cedo para ver que horas as pessoas saem de casa, se estão atrasadas, de cabelo molhado bem ou mal vestidas, a hora da saída é importante, pq ela vai calcular o tempo que vc passou na rua, ela ve a roupa que vc saiu, a hora que vc voltou, a roupa, e se puder descobre para onde vc foi. Ela avalia o namorado da sua filha e a namorada do seu filho, se ele tem carro, e se ela tem cara de vagabunda, a hora que eles saem, a que horas chegam, especula se e quando ela vai engravidar, e pq passam mais de dez minutos dentro do carro quando chegam, baseado nisso ela da seu veredito, sua filha nao presta! É vagabunda pq da pro namorado dentro do carro (sem que isso seja obrigatoriamente um fato).

Ela avalia sua esposa, se ela se veste bem, se está mt bem vestida está te traindo, se está mal vestida vc "deve" trair ela na rua "com certeza", especula quando vc trocará de carro, se foi promovido e se vc MERECIA essa promoção.

E baseado na sua especulação ela avalia se vc presta ou nao, só que diferentemente do BBB se vc presta ela nao va te dar uma boa grana, casa e carro, mas por outro se vc nao presta ela tbm nao vai te expulsar da vizinhança.

Ao BBB, pessoas ficam numa casa sem ter o que fazer, outros que têm o que fazer mas deixam de fazer, ficam por suas televisões olhando para a vida daquelas pessoas, eles avaliam as atitudes dela, o comportamento, se elas são leais, fiéis, se gostam de "sacanagem" ou são mais "santas", se são preconceituosas ou se militam numa causa de minoria.

Essas pessoas dedicam horas de sua vida a analisar e cuidar da vida de outras pessoas, elas acordam cedo e vão ver o que seus pets estão fazendo, como estão se comportando, elas fazem torcidas organizadas, elas brigam com amigos por terem opiniões diferentes, matam aula, atrasam para o trabalho, tudo muito parecido com a tia chata da esquina que toma conta da vida de todo mundo.

No fim das contas, vc é a tia chata, mas por preconceito nao se assume como é, e descarrega sua vontade reprimida de "cuidação" de vida alheia no maldito programa de TV.

Agora que essa merda ta acabando podemos falar das eleições 2010? Aquelas Que vão definir os rumos do País e dos estados até NO MÍNIMO 2014 e talvez até mais?

domingo, 14 de março de 2010

Devaneios sobre o Fordista Mc Funcionário e a Teoria do Caos

Hoje ao sair do trabalho, me deu vontade de ir ao Mc Donalds, chegando lá, mais uma vez fiquei achando graça dos seus funcionários robôs, fiquei olhando a loja e sua “arrumação”, foto de dois funcionários com dizeres “funcionário do mês” e etc.

Ao chegar ao caixa para ser atendido, o funcionário me diz “aceita a sugestão bla bla bla”, acontece que quando estou nesse estado contemplativo, minha atenção as vezes cai, e eu perguntei o que ele havia dito, ele pensou 2 segundos para saber o que me disse, e repetiu, achei graça, pq eles já falam isso automaticamente.

Resolvi perguntar o que tinha num sanduíche que já não lembro o nome, ele me disse “pão carne, Bacon, alface, tomate, cebola, catchup e mostarda”, eu sacanamente perguntei “o que?”, ele repetiu metódica e roboticamente, respeitando uma cadência na frase, ele repetiu... Sacanamente eu disse “Pão carne, bacon, alface e o que?” não foi surpresa ao saber que ele pensou 5 segundos, antes de saber me responder, hahaha, tudo pq eu quebrei a cadência dele.

Enfim, pedi mesmo um Big Tasty SEM ALFACE E TOMATE, cara, não sei se vcs sabem, mas isso é a MORTE para os pobres funcionários de lá... Por fazerem tudo roboticamente, quando eu pedi, o atendente já me olhou estranho, me deixou falando sozinho e berrou pro colega ao seu lado sobre meu pedido, que imediatamente berrou o meu pedido pra cozinha, que por sua vez começou um reboliço, como quando vc pisa no meio de um caminho de formigas, o chapeiro ficou perdio coitado, olhou pra carne, pro pão, pro alface do tipo, “como não colocar isso”, o rapaz que me atendia, não sabia o que fazer, pq eu tava la parado esperando, e pessoas atrás de mim, toda hora funcionários gritavam e me apontavam como dono daquele pedido estranho, e o que me atendia não saia o que eu fazer, tentava atender outras pessoas mas visivelmente incomodado comigo lá paradão esperando...

Enfim, a cultura fordista do Mc Donalds faz eles serem robôs, quando quiserem se divertir, vão até lá, e os faça fazer coisas diferentes da sua rotina robótica o caos tomará conta de tudo, e vc vai se divertir horrores, vão te perguntar 567 vezes qual bebida vc quer, e o tamanho da batata.

Enfim, nada sério, poético ou pseudo filósifico, ou quem sabe, tudo sério, poético e até pseudo filosófico.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Devaneios sobre a capacidade de amar.

Finalmente resolvi escrever aqui de novo, acho que dessa vez vou dividir a postagem em capítulos, pq sempre tem uns que não lêem tudo por preguiça (?!), mas é só um teste, não escrevo nesse blog para pessoas que têm preguiça de pensar.


Vim falar de amor, romântico não? Claro que não, este blog sem acidez e insatisfação não teria razão de ser.


Vim mais uma vez denunciar algo, quero saber quem foi que inventou que só se pode amar uma pessoa, ok, vamos por partes.


Sempre fui levado a crer que, devo amar meus dois irmãos, meu pai e minha mãe, meus primos, tios, etc, ninguém nunca me disse que eu devia amar ou um irmão, ou outro irmão, ou meu pai, ou minha mãe, ou meus gato, ou minha cadela, então pq raios cismam em querer acreditar que não se pode amar duas mulheres ao mesmo tempo? (Ou dois homens, ou um homem e uma mulher, isso vai dos gostos e preferência de cada um, rs).


Sempre que falava do tema, alguém rapidamente diz algo do tipo “-mas aí é diferente, é um amor diferente, posso amar meus irmãos e uma namorada”, claro que pode mas não é esse o questionamento, o fato é que amor é amor, as ramificações são algumas mas seguem um mesmo princípio que é querer bem, querer se relacionar, sentir saudades, etc. Então o amor fraternal se permite multiplicar (não dividir) entre todos os seus irmão, entre amigos idem, entre seu pai e sua mãe, e sim, se pode amar duas mulheres. Atentem que não estou tratando da viabilidade de um relacionamento a três, ou se isso é positivo ou negativo, aqui falo apenas da capacidade.


Tive vontade de falar desse assunto pq sempre vi casos de pessoas divididas entre dois amores, e que além da preocupação de escolher com quem ficar, estavam se sentindo culpadas e aberrações por gostarem de duas pessoas, sempre se dizem para esses casos que “vc não gosta de ambas, está se enganando”, isso é uma grandessíssima mentira, gostamos das pessoas por motivos iguais, e por isso pessoas parecidas são igualmente amáveis, e tbm gostamos por motivos diferentes, o que torna duas pessoas diferentes igualmente amáveis “pero” por motivos diferentes, não é errado gostar de mais de uma pessoa, ninguém escolhe gostar ou não de alguém, logo não culpem e não se sintam culpados se esse for o caso.


Acho que essa coisa de só se poder amar uma pessoa por vez foi inventada como forma de fazer a manutenção do sistema de monogamia que é dominante no ocidente, logo, é melhor que se creia mesmo que só se pode amar uma pessoa.

Tentando ser breve, digo que, somos seres capazes de amar todos os irmãos, ambos os pais, todos os amigos e sim capazes de amarmos duas mulheres, e não há culpa alguma nisso, não há crime, pq ninguém disse que é errado, não afirmo com certeza mas acho que nem a Bíblia Cristã diz que isso é proibido ou pecado, logo, parem de se culpar, e parem de repetir sem pensar essa mentira.


Só lembrando que não estou aqui fazendo defesa de relacionamentos abertos, a três, a quatro, ou ainda a viabilidade, argumentei apenas sobre a capacidade de amar, se isso é bom ou ruim não tratarei agora, se haveria ciúmes, brigas, mortes etc, rs. Isso é uma especulação que faremos quando tratarmos de relacionamento, não de sentimento.

Boa noite pra vcs.


Legal, estou até simpático hoje, acho que é a coca cola.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Devaneios sobre a preguiça de pensar

“Avisos” iniciais.


Curioso, esse é o motivo de criação deste blog, em cada papo pseudofilosófico meu com outras pessoas, eu vejo a dificuldade que as pessoas têm em aceitar pensar, são de uma preguiça sem par, o que me obriga a quase endeusar meus amigos que estão dispostos a falar de qualquer coisa que exija algum pensamento e que não tenha respostas automáticas, eu poderia citar alguns nomes, mas sou esquecido e fatalmente seria assassinado pelos esquecidos.

Lembrando também que obviamente sempre que eu me referir “à população” ou “à sociedade” resguardo o direito de qualquer um reclamar para si o direito de ser chamado de “exceção à regra”, mas não quer dizer que de fato é, apenas que pode ser.

Ao assunto.


Sinto que fui criado para agir, não para pensar, pelo menos foi assim que a escola e a “vida” me criaram, graças ao Bom Deus, meus pais não me criaram assim, não vou dizer que me incentivavam a debater sobre o porquê de eu ter hora pra chegar a casa, mas nunca me limaram do direito de tentar ser um ser pensante, sempre fiquei muito frustrado, do começo da infância à vida adulta (meio estranho, não me sinto um “adulto”).


Eu como político de esquerda diria que “é culpa do sistema” hahaha, mas títulos a parte, é fato, crianças que pensam são o terror dos adultos, primeiro porque temos a cultura de educar-lhes na mentira, com esses papos de Papai Noel, Coelhos Ovíparos, etc., depois com uma tentativa de proteger a inocência (riscar e por ingenuidade) deles, mas quem nunca ficou sem palavras e provavelmente reagiu mal ao ser questionado sobre qualquer coisa, por um ser de 50 cm e menos de uma década de vida?


Muita gente fica ofendida com isso, se colocam como superiores e que “uma criança não pode questionar um adulto” e essa é a primeira represália opressora que uma criança recebe, e começamos a construir nossa nova geração de seres guiados pelo “senso comum”, que agem muito bem, prontamente e até eficientemente, e outros “mente” que eu não quero citar, mas que não pensam no que fazem, fazem por fazer, fazem por costume, e quando questionados dizem que “fazem, porque é assim que tem que ser”, mas não sabem responder por que é assim que tem que ser, apenas sabe repetir “por que é assim e pronto”, mas voltemos ao final da infância.


É na infância que começa a fase dos porquês, a fase mais bonita do entendimento humano na minha opinião, toda hora aquele pentelho quer saber, porque o céu é azul, por que o cachorro morde, por que a mamãe fica gritando quando ta no quarto com o papai, por que o visinho tava beijando outro visinho na boca (Ou), por que o gato mia e assim por diante, o triste é que, para as pessoas essa fase passa, e quando vemos uma criança nessa fase, achamos até graça e olhamos com a compaixão que se olha pra um ser inferior, mas que amamos “ah tadinho, olha pra ele, tão bonitinho com esse monte de porquês”, posteriormente vem a fase do “aaaai fulaninho chega, tudo quer saber por que!” e aí o fulaninho aprende que está errado querer saber o motivo de todas as coisas, mas... bem... quem disse que ta errado mesmo? Ora, o que há de errado em um ser saber por que o céu é azul, porque um cachorro late, porque o visinho prefere meninos do que meninas e mais um monte de coisas que não sabemos, ninguém soube me responder o que há de errado em saber disso, por que não há, o erro está em ser diferente, em não ter preguiça de pensar, já dizia Frank Aguiar “a loira não é burra, tem preguiça de pensar”, no caso é verdade, mas não é papo de loira, é papo de Sociedade Brasileira, mas vou me conter aqui, porque tenho mais coisas pra citar até começar as discussões de fato.


Na adolescência (depois da fase da rebeldia sem sentido) especialmente quem estuda em escola pública continua a ter o pensamento limado, lembro que certa vez fui “citado” (como ser fichado na delegacia) na escola pela diretora que ficou ofendidíssima pq eu, um aluninho de primeiro ano ousou perguntar-lhe porque a política da escola não permitia que alunos ficassem abraçados (e não to falando de putaria e pegação dentro da escola não, estou falando de abraçados mesmo), infelizmente essa é a minha primeira memória de como tentaram me levar a não pensar e não questionar qualquer coisa que me fosse apresentada.


Posteriormente, depois de nunca compreender porque era levado (na verdade só tentavam, não conseguiram (acho)) a não pensar, já na vida adulta, em um curso para jovens bartenders, quase enfartei quando alguém me disse “não pensa faz (sic)”, (alguns segundos parado olhando pro texto, tentando não digitar “aos berros” falando palavras feias), como assim, alguém lhe diz para não pensar, estamos todos doentes de pensar e o repouso intelectual é a cura?


Bom queridos (mentira, não gosto de vocês, kkkk), esse breve (?) prólogo serviu para começarmos a falar de como nossa sociedade é preguiçosa intelectualmente, há uns anos li a play boy (sim gente, eu LI mesmo, de verdade, juro) de uma loira gostosa que já não me lembro qual e quando perguntada sobre que livros gostava, ela disse “prefiro filmes”, claro porra, um filme dura duas horas, no máximo três, um livro, bom, vai depender de quão bem você lê, e não estou fazendo campanha hipócrita “vamos ler mais livros gente” só comentei pra citar como as pessoas são preguiçosas, outro dia chegando em casa, vi uma vizinha no portão, daquelas que você tem certeza que tem preguiça de pensar, ela estava no portão lendo “crepúsculo”, olhei pro livro e ri, afinal, eu tinha certeza de que ela nunca havia lido um livro anteriormente, e pelo menos pra alguma coisa esse filme chato serviu, hahaha, pode soar preconceituoso, mas depois vim a ter certeza do que eu supunha, era seu primeiro livro.


O pior de toda essa conclusão que anormal somos nós (não vc e eu, mas eu, e as outras pessoas que arrogam para si o adjetivo de “pensante”), os seres que desejam saber o motivo pelo qual alguma coisa é pura e simplesmente pelo prazer de ter conhecimento.


Penso que essa preguiça se dá pela cultura pragmática que temos hoje, como perguntaram (e eu fiquei curioso pela resposta) a um amigo (David Borges – Biólogo e Filósofo) “pra que serve estudar a filosofia hoje, afinal, isso não dá dinheiro!?” e sendo assim, não há porque pensar em algo que não te dará um retorno imediato, pensar não é como fazer um curso que vai te capacitar a ter um bom emprego, pensar nas coisas e buscar as respostas, está mais para um investimento de longuíssimo prazo que, o que acrescenta na sua vida, vem de forma tão disfarçada que você não percebe, saber sobre sociologia ajuda no emprego, mas ninguém vai lhe dizer (ou vai né...) “fulano, vc foi promovido ao cargo de diretor de RH por mostrar que entende de sociologia” (não vou gastar mais texto falando sobre como uma coisa influência na outra), então, por não dar um retorno imediato e claro somado a preguiça as pessoas passam a dizer (pq se fosse pensar, estariam pensando e elas não fazem isso), “porque devo aprender sobre isso”, quando na minha opinião deveriam dizer “porque não devo aprender sobre isso”.


E assim gerações são construídas, baseadas no conceito de Cypher (“a ignorância é uma dádiva”), somos desde criancinhas ensinados a não pensar, a agir, a executar, a gerar lucro, e quem ta parado pensando EM TESE não o faz, e será sempre assim, uma cultura de massa só pode gerar isso mesmo, apesar de vaidoso, não reclamo a mim o título de primeiro denunciador disso, Zé Ramalho e Pitty já cantaram isso, livros foram escritos, livros foram feitos, e não serei eu que abrirei essas coisas que usam pra enxergar e chamam de olhos, mas eu respeito o direito de ser ignorante, todos o têm, o problema é que não respeitam o direito de não ser, quando se tenta não ser ignorante, quando se tenta saber por que se está fazendo essa ou aquela atitude, logo se é limado, criticado, satirizado, ora meu povo, vamos acordar, tudo bem que não querem pensar, mas não podem seus filhos, respondam as crianças, fiquem orgulhosos quando seus filhos quiserem saber o motivo das coisas, fiquem felizes quando os professores deles te chamarem na escola para reclamar dos “questionamentos anarquistas” deles, fiquem felizes, seus filhos pensam (mas analisem primeiro, isto é, se não ficarem com preguiça).


As reclamações virão, mas seres pensantes fiquem felizes, quando você debate com uma “autoridade” e ela apela pra sua prerrogativa de poder para fazer valer sua opinião, é sinal de que você questionou o irrespondível, você perguntou algo que ela não sabe, ou não quer que você saiba, e sempre que te mandarem calar e parar de perguntar, é por que não lhe tem resposta para dar, ou se tem não querem que você seja igualmente entendido (ui) sobre o assunto.

Ponderações sobre meu próprio texto (alguém faz isso?)


Como notaram, tenho imensa dificuldade em ser breve, e fiquei meio decepcionado comigo mesmo por não ter argumentado perfeitamente na postagem anterior a essa (por preguiça mesmo), talvez aqui eu tenha argumentado em excesso e sido repetitivo, mas postar em blog não é necessariamente fácil, e rapidinho eu “calibro” os dedos e acerto a medida certa de palavras na coluna.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Devaneios sobre decisões alheias sobre a minha informação

Bom, depois de muito esforço estou aqui pra postar novamente, eu não achei que fosse tão difícil alinhar as ideias para postar, geralmente via oral fluem mais facilmente, quando tinha ideias fervilhando não tinha tempo, e a recíproca obviamente é verdadeira.

Hoje estava lendo o jornal sentado no trem (sim eu ando de trem) e lembrei de um artigo de um filósofo, justamente pelo que o jornal me apresentou.

Eu queria ter podido bater um papo com um bom jornalista antes, mas nessa sociedade onde vendemos nosso tempo (vida), como forma de viver (?!), não tive tempo, mas vamos aos devaneios, afinal são eles o motivo do blog, e são eles que me deixam com (mais) cara de bobo quando estou viajando a caminho do trabalho.

Há um tempo, estava pensando sobre o que é noticiado, e antes que pensem, não sofro de "síndrome da mania de conspiração", mas quando vc compra um jornal, ou decide assistir um telejornal vc dá automaticamente e talvez inconscientemente o direito e o dever ao jornalista de decidir o que é importante pra você saber ou não, cheguei a essa conclusão pq já estava estafado de ver tanta violência na televisão, todos os dias mortos beirando as dezenas e já não aguentava mais ver aquilo, mas por outro lado pensei, "essa é a realidade, e ao ver um jornal é isso que quero ver" e me conformei, afinal, os jornalistas, salvo exceções, tem o costume de se porem como escravos da notícia, do tipo "aconteceu eu noticiei, não tenho culpa ou responsabilidade sobre ela", ora, que se noticie a verdade, mas qual o critério que eles usam pra definir o que eu devo ou não saber?

Quando o lamentável caso Nardoni aconteceu, eu já não aguentava ver televisão, só se falava disso, e quanto mais se falava mais era falado, em uma entrevista alguém disse que "quanto mais Isabela noticiamos, mais as pessoas querem saber da Isabela" e é verdade, oras, como eu poderia querer saber de ETs invadindo a Terra se eu não sabia? Fica obviamente um ciclo vicioso, quanto mais notícias trágicas me dão, mais interesse eu terei, afinal, é tudo que eu sei, e não aceito que digam que "é a verdade, infelizmente o mundo é assim", tem pessoas sendo felizes todo dia, tem projetos políticos funcionando (sim gente, to falando sério! rs), tem outros moradores de rua saindo dessa situação deplorável, mas não se noticia, e não se noticiará, a imprensa é feita por empresas particulares e os mesmo vendem seu produto, quanto mais vendem, mais querem vender, e a pauta cai finalmente naquela obviedade, vc abre aquele jornal "Meia Hora", se dá sempre a mesma coisa, sempre o mesmo tipo de notícia, notícias sem conteúdo, sem profundidade, colocam uma mulher com as pernas abertas e um fio dental enfiado na bunda (que eu gosto de ver oras, sou homem hétero, mas não deixa de ser desmoralizante), e por fim depois de ler aquela coisa, vc percebe o que o jornal pensa de vc, do seu QI e da sua vivência e cultura. Vou me conter em comentar só sobre esse jornal, mas todos são assim, com a pauta que é uma obviedade sem par.

Além da parte de decidirem por nós tem a parte de decidirem com que profundidade devemos saber, eu explico. Eu não questiono a legitimidade de decidirem por nós, e sim a leviandade que o decidem, pensem, o redator de um grande jornal decide por quantas pessoas o que é noticiado, e quanto tempo ele leva refletindo sobre cada notícia? Então acaba-se decidindo no “automático”. Mas voltando, sobre a intensidade, há jornalistas que não se contentam em comunicar que houve um assassinato , precisam postar fotos em multi ângulos, há uns meses aquele rapaz que sequestrou uma mulher com uma granada e foi baleado com precisão na cabeça por um atirador de elite. Pergunto, apesar da curiosidade era realmente necessário mostrar a cabeça dele sendo atravessada pelo projétil? O Wagner Montes foi criticado por não mostrar, enquanto ele falava do assunto e noticiava mas não mostrou a cena ápice por uma atitude ética (eu considero ética outros acham que foi demagogia), outros telejornais mostravam na hora do almoço a imagem, e asseguraram assim suas audiências, que é o que importam no final.

Bom, como quem critica deve ao menos apontar o caminho pra solução lá vem ele, os jornais nem os jornalistas vão mudar por si só, os jornais estão aí vendendo seu produtos há uma demanda por ele, há vários tipos de jornais para atender as várias demandas, é uma relação de comércio, sempre venderão enquanto houver compradores, então cabe a nós mesmo passarmos a olhar com mais críticas com as notícias que recebemos, críticas essas maiores do que sobre a veracidade da mesma, e sim sobre o motivo pelo qual ela nos está sendo mostradas. Pq sinceramente, vida de gado não é uma coisa necessariamente digna.

sábado, 21 de novembro de 2009

Carta de Intenção

Como primeira postagem, tentarei ser breve (o que é difícil).
Este blog é criado como forma de expressar minha opinião sobre assuntos variados, papos que eu tenho com amigos inteligentes, e frutos dos meus devaneios pessoais, que geralmente são particulares, mas que decidi dividir com vcs mortais que lerão este blog.
No fim das contas, só quero falar e quero que vcs leiam, exatamente nesta ordem de importância. rs